Existem músicas
que nos tocam mais que outras, que falam com o mais profundo da nossa alma. E são
nesses versos que normalmente nos questionamos, olhamos para dentro. Sandy lançou com Tiago Iorc alguns dos versos
mais belos que eu já ouvi. Me Espera! Essa linda poesia cantada é um exemplo
dessas canções que nos fazem questionar e olhar pra dentro de nós. São palavras
que vão bem além da ótica das relações conjugais em que podemos fazer um recorte
focando o nosso EU diante de tantos desencontros conosco.
Quando nos olhamos
no espelho, o que conseguimos ver? Qual o reflexo que conseguimos enxergar? Quantas
partes inteiras ainda restam? Quantos cacos de vidro ficaram pelo caminho? O
quanto estamos perdidos nas mil versões irreais? Ainda conseguimos nos enxergar
por trás de todo o caos? Tantas são as questões.
Podemos ter
versões melancólicas, paranoicas, deprimidas, eufóricas... Tudo depende de como
o meio externo irá nos atingir. Porém... Quantas dessas versões são máscaras
que usamos para não enxergar o que real insustentável? Em muitos momentos
atuamos como grandes atores, pois mostrar a cara custa muito caro.
Para onde foi
aquela criança que sonhava e acreditava que podia ser o que quisesse? Para onde
foram os tantos sonhos que se perderam em meio às tempestades? Conseguimos nos reconhecer quando deparamos com nosso olhar? Conseguimos aceitar o que ficou para
trás?
Em muitos
momentos, somos nossos maiores inimigos. Sempre colocando a vida de todos em primeiro
lugar, nos esquecendo de nós em prol dos demais. Esquecendo nossos sonhos e não
lutamos quando eles se perdem. Deixamos de lado a criança inocente que já fomos
e nos concentramos apenas no adulto cheio de compromissos e responsabilidades
do presente.
É preciso entender,
por mais difícil que seja dedicar-se a si mesmo. Olhar no fundo de nossos
próprios olhos e dizer: “Volto já, Me espera”.
Não se esquecer do que somos e mesmo com toda a folia e caos aceitar e
ter orgulho de quem somos, de quem nos tornamos. Nos perdoar pela fé depositada e não correspondida,
pela falta de reciprocidade, por se doar e não receber de volta. As pessoas que
amamos nos podem nos auxiliar, mas somente nós mesmos podemos ser o fio a nos
guiar de volta ao nosso eixo.
Ninguém pode preencher esse espaço que é
reservado especialmente para a primeira pessoa do singular: EU e VOCÊ!!