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terça-feira, 12 de julho de 2016

Me Espera!

    

    Existem músicas que nos tocam mais que outras, que falam com o mais profundo da nossa alma. E são nesses versos que normalmente nos questionamos, olhamos para dentro.  Sandy lançou com Tiago Iorc alguns dos versos mais belos que eu já ouvi. Me Espera! Essa linda poesia cantada é um exemplo dessas canções que nos fazem questionar e olhar pra dentro de nós. São palavras que vão bem além da ótica das relações conjugais em que podemos fazer um recorte focando o nosso EU diante de tantos desencontros conosco.

    Quando nos olhamos no espelho, o que conseguimos ver? Qual o reflexo que conseguimos enxergar? Quantas partes inteiras ainda restam? Quantos cacos de vidro ficaram pelo caminho? O quanto estamos perdidos nas mil versões irreais? Ainda conseguimos nos enxergar por trás de todo o caos? Tantas são as questões.

    Podemos ter versões melancólicas, paranoicas, deprimidas, eufóricas... Tudo depende de como o meio externo irá nos atingir. Porém... Quantas dessas versões são máscaras que usamos para não enxergar o que real insustentável?  Em muitos momentos atuamos como grandes atores, pois mostrar a cara custa muito caro.

    Para onde foi aquela criança que sonhava e acreditava que podia ser o que quisesse? Para onde foram os tantos sonhos que se perderam em meio às tempestades? Conseguimos nos  reconhecer quando deparamos com nosso olhar? Conseguimos aceitar o que ficou para trás?

    Em muitos momentos, somos nossos maiores inimigos. Sempre colocando a vida de todos em primeiro lugar, nos esquecendo de nós em prol dos demais. Esquecendo nossos sonhos e não lutamos quando eles se perdem. Deixamos de lado a criança inocente que já fomos e nos concentramos apenas no adulto cheio de compromissos e responsabilidades do presente.

    É preciso entender, por mais difícil que seja dedicar-se a si mesmo. Olhar no fundo de nossos próprios olhos e dizer: “Volto já, Me espera”.  Não se esquecer do que somos e mesmo com toda a folia e caos aceitar e ter orgulho de quem somos, de quem nos tornamos. Nos perdoar pela fé depositada e não correspondida, pela falta de reciprocidade, por se doar e não receber de volta. As pessoas que amamos nos podem nos auxiliar, mas somente nós mesmos podemos ser o fio a nos guiar de volta ao nosso eixo.

  Ninguém pode preencher esse espaço que é reservado especialmente para a primeira pessoa do singular: EU e VOCÊ!!

    Eu, você... Ainda estamos aqui.





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